Grupo 7 (noite) - Integrantes:
- Gabriel Lima
- Leticia Braun
- Lucas Sposito
- Luiz Henrique Pelizzari
- Vitor Jaqueto
______________________________________Apresentação
Nesta reportagem
especial você encontrará informações a respeito de um dos acontecimentos mais
marcantes do século XX: a queda do Muro de Berlim – que, enquanto existiu,
representou a “cortina de ferro” que separava os lados que se opunham na
chamada Guerra Fria, o bloco capitalista e o bloco socialista. O veículo de
informação destacado aqui será o jornal impresso, dando-se enfoque à cobertura
dos fatos referentes ao assunto.
Die Berliner Mauer (O Muro de Berlim) |
Os alicerces
Após a 2ª Guerra Mundial, a Alemanha (grande derrotada do conflito) teve seu território partilhado em quatro zonas de ocupação internacional. No acordo de Potsdam (1945), dentre outros tópicos abordados, ficou definido que Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética ficariam responsáveis cada um pela administração de uma porção territorial germânica que receberiam. A cidade de Berlim, apesar de estar situada na parte sob domínio da União Soviética, também recebeu divisão territorial semelhante.
Divisão
no pós-guerra do território alemão (acima) e da cidade de Berlim (abaixo)
Em 1948, quando os países capitalistas presentes na administração alemã
resolveram unificar monetariamente os seus respectivos territórios com a
criação de uma moeda (excluindo a parte comunista), a União Soviética impôs um
bloqueio às rotas que levavam e saíam da Alemanha Ocidental, o que caracterizou
uma forma de isolamento da parte oriental.
E em 1949, de forma oficial, foi criada a República Federal Alemã (capitalista) e a República Democrática Alemã (comunista). A mesma divisão aconteceu na cidade de Berlim, que continuou com o status de “cidade-ocupada”, administrada pelas duas correntes políticas opostas – e enquanto Berlim foi declarada a capital da Alemanha Oriental, a cidade de Bonn foi escolhida como sede do governo da Alemanha Ocidental.
E em 1949, de forma oficial, foi criada a República Federal Alemã (capitalista) e a República Democrática Alemã (comunista). A mesma divisão aconteceu na cidade de Berlim, que continuou com o status de “cidade-ocupada”, administrada pelas duas correntes políticas opostas – e enquanto Berlim foi declarada a capital da Alemanha Oriental, a cidade de Bonn foi escolhida como sede do governo da Alemanha Ocidental.
Bandeiras
da Alemanha Ocidental (acima) e Alemanha Oriental (abaixo)
A Construção
do Muro
No início da década de 50, as divisões entre as duas
Alemanhas já estavam bem definidas, com barreiras de arame farpado ao longo das
fronteiras. Em 1960, as potências ocidentais reafirmaram sua determinação de
manter a independência da zona oeste da cidade, a despeito da proposta do
primeiro-ministro soviético Nikita Khruchtchev de transformar Berlim em “cidade
livre”, desmilitarizada, isenta de tropas de ocupação ocidentais e soviéticas.
Mas as potências aliadas – temendo o total controle comunista – recusaram
prontamente essa proposta.
E em Berlim as fronteiras continuavam abertas, com pouca
restrição quanto ao tráfego das pessoas de uma parte para outra. Por
consequência disso houve um êxodo relativamente grande de cidadãos da parte
oriental para a parte ocidental, com a finalidade de fugir da rígida legislação
que o governo da Alemanha Oriental impunha gradativamente a seus habitantes.
Como essa “fuga em
massa” cresceu muito com o passar dos anos, gerando tensões entre os governos
dos dois países (no início da década de 60 a parte ocidental da cidade possuía
muito mais habitantes do que a parte oriental), em 1961 houve a iniciativa do
governo da Alemanha Oriental de criar uma barreira física entre os dois lados
da cidade, um muro. A decisão foi tomada oficialmente no dia 12 de agosto do
mesmo ano, durante uma reunião entre os líderes da Alemanha Oriental, com o
pretexto de “evitar a influência fascista” da Alemanha Ocidental, alegando que
o país ainda possuía uma forte presença da ideologia nazista em seu comando. No
dia seguinte, a fronteira com a parte ocidental já estava fechada por uma
barreira formada por militares do governo comunista – além de uma cerca de
arame farpado em frente ao Portão de Brandemburgo, símbolo da cidade.
Três etapas da construção do Muro
Poucos dias depois o muro foi construído. A obra circundava toda Berlim
Ocidental, com aproximadamente 155 quilômetros (somando-se as partes que
dividiam o leste e o oeste da cidade, além da que separava o restante da
Alemanha Oriental) e dois metros e altura. Aparatos de vigilância e segurança
foram instalados (havia mais de 300 torres de observação), com a ordem de atirar
em qualquer pessoa que tentasse atravessar a barreira de forma não autorizada. Milhares
de famílias foram separadas, e berlinenses orientais que trabalhavam na parte
ocidental ficaram desempregados da noite pro dia.
Alguns trechos da reportagem de capa do jornal O Estado de São Paulo, de
15 de agosto de 1961, relatam o bloqueio:
“Os policiais
milicianos e soldados que guarnecem os pontos de acesso estão equipados para
combate. Nas proximidades da linha demarcatória, do lado oriental, estão
estacionados tanques de fabricação soviética e veículos blindados (...)”.
“As restrições ao
trânsito entre os dois setores não constituem surpresa para as autoridades do
setor ocidental. (...) Segundo os observadores, tanto as autoridades ocidentais
quanto as orientais estão dispostas a fazer o possível para evitar atritos, os
quais poderiam ter consequências imprevisíveis”.
“Como em todos os
outros pontos da fronteira, os 50 mil berlinenses orientais que trabalham no
setor ocidental foram impedidos de cruzar a linha de demarcação”.
“(...) Brandt (Willy Brandt, então
prefeito de Berlim Ocidental) denunciou a
iniciativa da URSS, como potência ocupante do setor oriental, de limitar o
trânsito na linha demarcatória entre as duas partes da antiga capital alemã.
Brandt declarou que os alemães ocidentais não se resignarão à manutenção de
divisão da cidade, que as potências ocidentais devem agir para pôr cobro às
arbitrariedades da RDA e que a população do setor ocidental deve permanecer
tranquila, aguardando instruções da polícia. (...) afirmou que mais cedo ou
mais tarde a URSS terá de reconhecer o direito de autodeterminação de toda a
população alemã”.*
*O jornal creditou as informações às agências internacionais AFP, UPI e
AP.
O
Estado de São Paulo, 15 de agosto de 1961
O Jornal do Brasil também destacou o acontecimento em sua primeira
página:
“Soldados da Alemanha
Oriental impediram, ontem, a passagem pela Porta de Brandemburgo (limite das
duas Berlins), junto a qual milhares de berlinenses do Ocidente reuniram-se em
manifestação. Os populares apedrejaram os soldados, que responderam com bombas
de gás lacrimogênio”.
Na página 2, mais informações:
“A Alemanha Oriental
interrompeu as comunicações telefônicas e pelo Telex (circuito de teletipos alugado)
com a zona ocidental, sem dar maiores explicações sobre a medida”.
“A afluência de
refugiados diminuiu abruptamente (referindo-se à situação após o fechamento da
fronteira), (...). O bloqueio obrigou 80
mil berlinenses orientais que normalmente trabalham na zona ocidental a ficarem
em casa”.
“O Ministro do
Interior da Alemanha Oriental advertiu os residentes do Setor Ocidental de que
não se devem aproximar a menos de 80 metros do limite e ordenou a seus guardas
que não tolerassem manifestações na fronteira”.*
*O jornal creditou as informações às agências internacionais AP, UPI e a
seu próprio serviço de correspondência internacional.
Jornal
do Brasil, 15 de agosto de 1961
Berlim, Alemanhas, Die Berliner Mauer (O Muro de Berlim) e
o Mundo
As opiniões em relação à construção do muro foram, na maioria,
desfavoráveis. O prefeito de Berlim Ocidental, Willy Brandt, chamou a obra de
“Muro da Vergonha”, e criticou os Estados Unidos por demorarem a se manifestar
sobre o ocorrido. O Secretário de Estado norte-americano, Dean Rusk, declarou
que “o Muro não deveria ser parte permanente da paisagem europeia”. Ressaltou
também que “a obra era um monumento à incompetência do comunismo”.
Em 1963, num discurso próximo ao muro, o então presidente
norte-americano John F. Kennedy fez um discurso histórico, ao dizer a famosa
expressão Ich bin ein Berliner (Eu
sou um berlinense, em alemão). JFK também se posicionou abertamente a favor dos
alemães e berlinenses ocidentais, e reforçou a ideia de que o Muro era uma
amostra clara das falhas do sistema comunista. “Uma ofensa não só contra a
história, mas contra a humanidade, separando famílias, maridos e esposas,
irmãos e irmãs, e dividindo pessoas que desejam viver juntas”.
Capa
do jornal alemão ocidental Information relatando o discurso de John Kennedy, em 1963
No entanto, fontes americanas e britânicas chegaram a considerar o Muro
como uma “solução” a uma suposta ameaça soviética de recapturar o controle de
toda a cidade – e com isso foi afastada qualquer possibilidade de um conflito
armado sobre a questão.
As permissões para visitas à parte oposta da cidade eram bastante rígidas
(sobretudo para alemães orientais). Muitos que tentaram cruzar o muro de forma
ilegal foram assassinados pelos militares que faziam a guarda no local – o que
acontecia na maioria das vezes. Segundo dados oficiais do Centro de História
Contemporânea Alemã (ZZF), entre 1961 e 1989 foram mortas 136 pessoas nesse
tipo de ação (todos civis), mas outras fontes reiteram que esse número é ainda
maior. Tentativas de fugas bastante curiosas foram registradas: túneis no
esgoto, carros adaptados, aviões de pequeno porte e até balões de ar quente
foram utilizados pelos corajosos fugitivos, o que chegou a sensibilizar a
opinião pública no mundo.
Jornal
alemão relatando a morte de um homem que tentou cruzar o Muro, em 1962
No campo político-internacional, o Muro de Berlim foi a maior
representação simbólica da existência da Guerra Fria. Uma disputa ideológica,
marcada pela separação entre o bloco capitalista (tendo como principal
representante os Estados Unidos) e comunista (representado pela União
Soviética).
A pressão externa para que o Muro fosse extinto crescia cada vez mais
com o passar dos anos, e ganhou mais fôlego e visibilidade em 1987, num
discurso de Ronald Reagan (então presidente dos Estados Unidos) no Portão de
Brandemburgo, na ocasião da comemoração dos 750 anos da cidade de Berlim.
Reagan afirmou que “havia um caminho que os soviéticos poderiam trilhar, livre
de qualquer erro, e que poderia avançar consideravelmente na questão da paz e
liberdade”. E fez um apelo a Mikhail
Gorbachev, então secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética: “(...)
se você busca a paz e a prosperidade para a União Soviética e ao Leste Europeu,
se você busca liberalismo, venha até este portão! Abra este portão! Derrube
este muro! (Tear down this wall!)”.
Capa
do jornal The New York Times citando o discurso de Ronald Reagan, em 1987
Tor auf! (Abram o portão!)
Em 1989, o colapso administrativo e estrutural das repúblicas comunistas
do Leste Europeu era evidente – e efervescente. Na Polônia, o partido Solidariedade havia triunfado, e
conquistado um destaque considerável na política da vizinha comunista Polônia –
seu líder, Lech Walesa, seria posteriormente eleito presidente do país em 1990.
Hungria, Tchecoslováquia, Bulgária e Romênia (onde a queda do regime comunista se deu de forma violenta, um ano depois, com o ditador Nicolae Ceausescu e sua esposa Elena sendo assassinados) também emitiam sinais claros de
que o fim de seus respectivos regimes comunistas estava próximo.
E foi na Hungria onde ocorreu o que pode ser definido como “estopim”
para a queda do Muro: em agosto de 1989, depois de uma vasta reforma política e
econômica, o país abriu suas fronteiras com a Áustria. Milhares de cidadãos
alemães-orientais (que tinham trânsito livre para viajar a países vizinhos do
bloco comunista) aproveitaram essa “brecha” e migraram para o território da
Alemanha Ocidental, via-Áustria.
Semelhante situação pôde ser observada na Tchecoslováquia, onde
alemães-orientais se utilizaram das fronteiras do país como rota para a
Alemanha Ocidental. Em outubro houve uma troca de líderes na Alemanha Oriental:
o “linha-dura” Egon Krenz substituiu Erich Honecher no comando do Partido
Comunista, fato esse que não conseguiu cessar os protestos contra o governo
alemão-oriental – que foram denominados posteriormente como Revolução Pacífica.
E o “golpe de misericórdia” veio de onde menos se esperava: Günter
Schabowski, porta-voz do governo alemão-oriental, cometeu uma gafe ao anunciar
uma lei que permite aos cidadãos do leste a viajar livremente para a Alemanha
Ocidental. A lei começava a vigorar, segundo ele, imediatamente, dia 9 de
novembro de 1989 – o que estava errado, pois a lei seria sancionada somente no
dia seguinte (e com isso haveria tempo para se instruir os guardas de fronteira
sobre os procedimentos que seriam tomados).
Concentração
popular diante do Muro
A notícia da abertura da fronteira se espalha rapidamente, e a cidade de
Berlim entra em euforia. Depois de 28 anos sem poder passar para o lado
ocidental, as pessoas saem de suas casas para ver de perto a abertura dos
portões. Cerca de um milhão de cidadãos se reúnem no lado oriental da
fronteira.
Ao cair da noite, havia cerca de 500 mil alemães orientais diante do Muro.
E às 22h15, com a multidão gritando “Tor auf!” (“Abram o portão!”), os guardas abriram
as entradas da fronteira. Estava assim definido, na prática, que o Muro já não
tinha mais nenhum motivo para continuar existindo.
Mauerfall (A Queda do Muro)
De nada adiantaram os esforços iniciais dos guardas para controlarem a
multidão aglomerada diante do Muro. Após a abertura, a passagem se deu com
pouca ou nenhuma fiscalização. E enquanto os Ossis (apelido dado aos alemães do leste) faziam a travessia, os Wessis (alemães do oeste) esperavam seus
conterrâneos separados há anos com flores e champagne, iniciando-se assim uma linda
e intensa festa. Pessoas dos dois lados da cidade subiram no Muro, comemorando
o fato de estarem juntos novamente – e proporcionando assim algumas das imagens
mais marcantes do século XX.
Comemoração
e princípio da demolição
O dia 11 de novembro de 1989 ficou registrado na história como o dia da
definitiva libertação. A primeira página do jornal O Estado de São Paulo desse
dia dava amplo destaque ao fato:
“Alemães até então
separados por concreto e arame farpado abraçavam-se chorando e bebiam
champagne. No alto do Muro, conta o enviado especial William Waack, alguns
ensaiavam passos de dança, outros aplicavam golpes de picareta num dos símbolos
mais sombrios da Guerra Fria”.
“Muitos
alemães-orientais queriam apenas visitar o outro lado do muro da cidade e
voltar pra casa. Num discurso em Berlim, o chanceler da RFA, Helmut Köhn,
afirmou que os alemães ‘devem estar juntos numa nação’”.*
*Matéria assinada pelo correspondente internacional William Waack
O
Estado de São Paulo, 11 de novembro de 1989
A Folha de São Paulo do dia 10 de novembro também traz o assunto na sua página de capa:
“A decisão (de abrir as fronteiras), na prática, representa a queda do Muro, que continuará existindo apenas fisicamente, como símbolo da divisão do mundo em blocos capitalista e socialista”.
“Pouco depois, cerca de 50 pessoas protestaram em frente ao Muro, exigindo a abertura dos portões. A decisão é uma medida provisória, até que se elabore uma lei de viagens ao exterior”.*
*Matéria assinada pelo correspondente internacional José Arbex
Folha
de São Paulo, 10 de novembro de 1989
Na capa do Jornal do Brasil, a impactante manchete Muro da vergonha
vira brinquedo:
“Numa espécie de estado de choque, embriagados da liberdade súbita e mal acreditando na surpresa de ter hoje o que parecia fora do alcance para muitas gerações ainda, os alemães continuaram a comemorar ontem a derrogação do Muro de Berlim e o fim da proibição de ir e vir entre as duas partes da nação”.
“Numa espécie de estado de choque, embriagados da liberdade súbita e mal acreditando na surpresa de ter hoje o que parecia fora do alcance para muitas gerações ainda, os alemães continuaram a comemorar ontem a derrogação do Muro de Berlim e o fim da proibição de ir e vir entre as duas partes da nação”.
“O Muro virou
brinquedo onde as pessoas subiam e comemoravam. Em certas partes, como o bairro
de Spandau, começou a ser destruído literalmente pela população. (...) Em
outras partes, policiais afastaram obstáculos para dar acesso a ele”.*
*Matéria
assinada pelo correspondente internacional Sílvio Ferraz
Jornal do Brasil, 10 de novembro de 1989
Destaque à queda do Muro em alguns jornais
internacionais
Curiosidades e dados
- O metrô da cidade de Berlim possuía duas estações que ficavam na parte
oriental. Ambas foram fechadas, mas os trens continuaram o trajeto habitual.
Quando passavam por elas, os passageiros viam cartazes de publicidade de 1961 e
sentinelas orientais em suas rondas;
- Havia intensa vigilância de soldados da Alemanha Oriental. A área da fronteira
(os “entre-muros”, que fazia parte da obra) tinha 100 metros de largura, com
diversos tipos de obstáculos. Esse território era chamado de “Faixa da Morte”;
- Nos 28 anos em que o Muro ficou de pé, houve 5075 fugas bem sucedidas
– mesmo com a presença de forte vigilância. As técnicas utilizadas eram as mais
diversas: desde túneis através da cidade, veículos pequenos que passassem
debaixo das traves, caminhões pesados para arrebentar obstáculos, barcos,
ultraleves, balões e aviões improvisados. Havia também falsificações de
documentos e ajuda de grupos da parte ocidental para os fugitivos;
Esboço da estrutura do Muro
-
Pinturas de artistas famosos e anônimos foram uma das marcas registradas do
Muro (do lado ocidental). Retratações de fatos históricos, mensagens de
protesto e retratação de aspectos da rotina da cidade (muitos Trabants,
carro bastante popular nos países comunistas do Leste Europeu, foram
desenhados) estavam presentes;
Pinturas no Muro, do lado ocidental
- Muitos espetáculos e shows foram realizados posteriormente no local
para se comemorar o fim da divisão da cidade. Um deles mereceu bastante
destaque: o músico inglês Roger Waters, que foi integrante da banda Pink Floyd,
se apresentou no local em 1990 com o concerto The Wall (O Muro, em inglês), que reproduziu o repertório do álbum homônimo
da sua antiga banda, e contou com diversos convidados famosos.
O concerto The Wall, entre o
Portão de Brandemburgo e a Praça de Leipzig
Danke für Ihren besuch!
Bibliografia
Análise da cobertura
do fato
Na ocasião da construção do Muro, tanto o Estado de São Paulo quanto o Jornal do Brasil foram bastante desfavoráveis à medida tomada pelo governo comunista da Alemanha Oriental. Levando-se em conta que o Brasil era (e continua sendo) um aliado do bloco capitalista, a cobertura foi carregada por opiniões contrárias às decisões que tanto a União Soviética quanto a Alemanha Ocidental tomavam. Deve-se considerar também que as notícias foram divulgadas mediante informações enviadas de agências internacionais que possuem sede em países capitalistas - sobretudo o Estado de São Paulo - que estavam envolvidos na disputa ideológica da Guerra Fria.
E quanto à cobertura da queda do Muro, percebe-se que o colapso iminente e evidente do bloco comunista na época (final dos anos 80 e começo dos anos 90) influenciou a abordagem dos jornais brasileiros analisados. Naquele momento, o lado "inimigo" da Guerra Fria (considerando mais uma vez que o Brasil era aliado das potências capitalistas) caía, derrotado, "sucumbindo" ao capitalismo, e expondo as mazelas e falhas em suas gestões - principalmente no que diz respeito à evidente insatisfação dos habitantes da chamada "Cortina de Ferro", que ansiavam por liberdade em relação ao controle e leis desses países, além da fim do isolamento que vivenciaram enquanto o regime comunista estava em voga. Houve também a preocupação de transmitir a emoção do fato: fotos e relatos que passavam a sensação de comoção foram amplamente utilizados, numa clara tentativa de sensibilizar o público.
Com isso, conclui-se
que não se pode afirmar que as notícias foram dadas de forma transparente,
neutra e isenta de opiniões - o que fere princípios básicos do código de
conduta do jornalismo, que é a imparcialidade no momento de se relatar os fatos
e acontecimentos.Na ocasião da construção do Muro, tanto o Estado de São Paulo quanto o Jornal do Brasil foram bastante desfavoráveis à medida tomada pelo governo comunista da Alemanha Oriental. Levando-se em conta que o Brasil era (e continua sendo) um aliado do bloco capitalista, a cobertura foi carregada por opiniões contrárias às decisões que tanto a União Soviética quanto a Alemanha Ocidental tomavam. Deve-se considerar também que as notícias foram divulgadas mediante informações enviadas de agências internacionais que possuem sede em países capitalistas - sobretudo o Estado de São Paulo - que estavam envolvidos na disputa ideológica da Guerra Fria.
E quanto à cobertura da queda do Muro, percebe-se que o colapso iminente e evidente do bloco comunista na época (final dos anos 80 e começo dos anos 90) influenciou a abordagem dos jornais brasileiros analisados. Naquele momento, o lado "inimigo" da Guerra Fria (considerando mais uma vez que o Brasil era aliado das potências capitalistas) caía, derrotado, "sucumbindo" ao capitalismo, e expondo as mazelas e falhas em suas gestões - principalmente no que diz respeito à evidente insatisfação dos habitantes da chamada "Cortina de Ferro", que ansiavam por liberdade em relação ao controle e leis desses países, além da fim do isolamento que vivenciaram enquanto o regime comunista estava em voga. Houve também a preocupação de transmitir a emoção do fato: fotos e relatos que passavam a sensação de comoção foram amplamente utilizados, numa clara tentativa de sensibilizar o público.
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Bibliografia
ENCICLOPÉDIA Barsa. São Paulo : Encyclopaedia Britannica, c1991. v.4 p:58-59;
Pós-guerra: 1945-1953 . Disponível em <http://www.objetiva.com.br/arquivos/capas/9788573028799.pdf> Acesso em: 25 nov.2012 ;
50 Anos do Muro da Vergonha! Berlim e a Guerra Fria que Ficou Apenas na Memória! Disponível em <http://bananapeople.wordpress.com/2011/08/13/50-anos-do-muro-da-vergonha-berlim-e-a-guerra-fria-que-ficou-apenas-na-memoria> Acesso em: 25 nov.2012;
CORRÊA, Murilo Duarte Costa. O insondável concreto: Berlim e o muro, 20 anos depois. Disponível em: <http://murilocorrea.blogspot.com.br/2009_11_08_archive.html> Acesso em: 25 nov.2012;
MILLER, Roger Gene (2000). To Save a City: The Berlin Airlift, 1948–1949. Texas A&M University Press. P: 55-60;
HOBSBAWN, Eric: A Era dos Extremos: O Breve Século XX 1914-1991. Companhia das Letras, 2ª ed., 1994.
Transcrição do discurso do presidente John F. Kennedy em 26 de junho de 1963. Disponível em <http://uspoliticsguide.com/US-Politics-Directory/US-Politcal-Historical-Speeches/JFK-Berlin-Wall.htm> Acesso em: 25 nov.2012;
O Muro de Berlim: como nasceu e morreu o maior símbolo da Guerra Fria – Site da revista Superinteressante. Disponível em <http://super.abril.com.br/multimidia/info_510878.shtml> Acesso em: 25 nov.2012;
Acervo histórico digitalizado do Jornal do Brasil. Disponível em http://news.google.com/newspapers?nid=0qX8s2k1IRwC> Acesso em: 25 nov.2012;
Acervo histórico digitalizado do jornal Folha de São Paulo. Disponível em <http://acervo.folha.com.br/fsp/1989/11/10/2> Acesso em: 25 nov.2012;
Die Berliner Mauer (O Muro de Berlim). Disponível em <http://www.die-berliner-mauer.de/index.php#.ULKJ8_XAbt0> Acesso em 25 nov.2012.
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