Guerra da Bósnia (1992-1995)

 COMPONENTES DO GRUPO: Bianca Bellucci
                                                     Heverton Bruno da Silva
                                                    Larissa Palmer
                                                    Maria Paula Vieira
                                                    Renata da Rocha Britto
                                                    Tamires Camargo


 Nacionalismo e conflitos étnicos marcaram o maior conflito já vivido após a Segunda Guerra                                               

Civis são tratados de forma desumana pelas forças do governo
   



A maior guerra em território europeu desde a Segunda Guerra Mundial, assim é conhecida a Guerra da Bósnia. O conflito entre grupos étnicos e religiosos pelo território da Bósnia foi de abril de 1992 à dezembro de 1995, deixando mais de 200 mil mortos e uma sociedade marcada por um dos conflitos civis mais violentos já vistos.

O crescimento do nacionalismo entre os povos que faziam parte da antiga Iugoslávia foi o estopim para o início do conflito. Os sérvios queriam reinstituir seu território e fundar a grande Sérvia, e outros grupos como os croatas católicos romanos e os bósnios mulçumanos queriam a sua independência. O conflito se intensificou quando os bósnios decidiram pela independência do país, atitude que os sérvios não aceitaram.

Neste cenário começa então a limpeza étnica nos territórios bósnios ocupados pelos sérvios, com a expulsão dos não sérvios e o massacre dos civis, prisão de povos de outras etnias e reutilização dos campos de concentração utilizados na Segunda Guerra. Esse primeiro momento também é marcado pela entrada da Croácia na guerra reivindicando parte do território bósnio. O país logo depois se voltou contra a Sérvia.

O conflito chegou à capital Sarajevo, onde se instalou e se intensificou a presença de francos atiradores. Estes homens foram responsáveis pela maior parte das mortes na cidade, matando sem escrúpulos homens, mulheres, crianças e idosos. Sarajevo se tornou praticamente uma cidade fantasma, um cenário que ilustrava a grande devastação causada pela guerra. Seus hospitais em condições precárias mal atendiam a população da cidade, que a essa altura, já passava fome e passavam por uma grave crise financeira.  A população da cidade era submetida a toques de recolher e as ajudas humanitárias chegavam com dificuldade à cidade, levando sopa de macarrão e pão, principal alimento da população, já que carne, frutas, ovos e outras hortaliças já não faziam parte do cardápio desde que a cidade fora cercada. Passando por tantas adversidades os bósnios se tornaram mestres em sobrevivência.
 
Todos os pedidos de ajuda militar partidos da Bósnia Herzegovina não foram atendidos pela ONU, que somente ofereceu ajuda humanitária. Com o acirramento da guerra, a OTAN enviou suas tropas, enquanto a ONU mandou forças de paz. Todas as tentativas de cessar fogo feito pela ONU foram desrespeitadas.

Raramente, alguns cidadãos conseguiam deixar a cidade com a ajuda humanitária
  
   
Além de tudo, o acesso à cidade era restrito e havia um longo processo burocrático para se permanecer apenas algumas horas no local, que concentrava grande parte dos conflitos, o que dificultava a cobertura da guerra pela mídia internacional. Duas publicações brasileiras tinham enviados especiais na guerra, Veja e IstoÉ,  ambas traziam um material muito escasso devido as dificuldades aplicadas pelos guerrilheiros.

Negociação de paz 

Após a vitória dos croatas na Batalha de Krajina em agosto de 1995, o quadro da guerra ficou mais equilibrado e possibilitou um acordo de paz viabilizado pelos EUA. Somente em dezembro de 1995, após negociação de um tratado de paz é assinado o acordo Dayton em Paris, prevendo manutenção do Estado da Bósnia Herzegovina com as fronteiras atuais. O estado é divido sendo, 51% para os mulçumanos croatas e o restante para uma republica bósnio-sérvia. Em 1996 a ONU envia tropas da OTAN que ficam no território até dezembro do mesmo ano.

Bósnios de coração, brasileiros pelo destino 

O conflito destruiu as cidades, fragmentou a Iugoslávia e principalmente separou famílias de cidadãos comuns, alvos de um conflito que durou quase quatro anos e mudou completamente sua nação.
Denana Niksic Jovanovic, 45 anos, é bósnia e atualmente vive no Brasil. Em 1990 ela deixou seu país de origem junto de seu marido, Neven Jovanovic, ao se dar conta de que a região da Iugoslávia iria de fato entrar em conflito.

Chegaram ao Brasil com cerca de mil dólares no bolso, com visto de turistas e a esperança de que seu país iria voltar à paz e a convivência pacífica. Mas, com o tempo, aceitaram o fato de que voltar à Bósnia era inviável e após isso enfrentaram anos de batalha burocrática para conseguir os documentos que lhe permitiriam a permanência em território brasileiro. Com o nascimento dos dois primeiros filhos, o casal pôde solicitar um visto de naturalização brasileira.

“Informaram-nos que o caminho mais curto era pedir o visto por ter filhos brasileiros, como se tivéssemos que juntar nossa família. Com isso pedimos o status de permanência e após ele o de naturalização”, comenta Denana. “Era necessária a permanência mínima de quatro anos e nós já tínhamos. Conseguimos a naturalização e hoje somos brasileiros”, conta Denana

Apesar de estarem seguros no Brasil, havia a aflição e a angústia de saber que sua terra natal estava em guerra. Denana e o marido deixaram a Bósnia, mas suas famílias ficaram para trás. Com o ataque de bombas ao prédio dos correios de Sarajevo, Denana ficou cerca de dois anos e meio sem falar com os pais. Já o marido Neven, mantinha contato com a família por meio de um serviço social localizado na Itália.

“Eles juntavam as cartas, levavam à Sarajevo e a gente colocava dentro delas um número de telefone para contato, para eles nos avisarem que a carta chegou. Só que demorava cerca de três meses para chegar”, conta Denana. “Recebíamos a carta, ficávamos felizes, mas depois nos dávamos conta que tudo aquilo podia ter mudado mais de mil vezes”.

Durante o conflito, Saravejo tornou-se uma cidade sitiada. As únicas pessoas que podiam entrar e sair do território eram aquelas que pertenciam à ajuda humanitária. Não havia água, comida e nem energia. “As pessoas começaram a plantar, pois não havia comida, apenas o que vinha desta ajuda. Elas plantavam legumes nos parques e onde dava, apenas para ter alguma coisa fresca para comer”, descreve a imigrante. “Para beber, recolhiam água de antigos tanques localizados em uma cervejaria da cidade”.

Mas a vida melhorou. Denana hoje dá aulas de inglês e vive com o marido e os três filhos no Brasil. A família já visitou a terra natal pacificada diversas vezes e o traço de sua cultura está presente na casa, na relação familiar e principalmente no coração de todos os membros da família.

FONTE DAS IMAGENS:
http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/guerra-bosnia.htm
http://oglobo.globo.com/mundo/as-tristes-lembrancas-da-guerra-da-bosnia-4914036


A Anne Frank de Saravejo

Inevitável, longa, assustadora e perigosa, a guerra da Bósnia assustou todos os cidadãos, principalmente as crianças 

Zlata, com onze anos


Zlata Filipovic é uma garota de onze anos que vive em Saravejo e escreve um diário, onde conta seu cotidiano de brincadeiras, aulas de piano, coral e esportes de uma criança normal. Quando a guerra estoura na região da Iugoslávia, Zlata trás para as palavras colocadas no diário todo o horror, o medo e a perplexidade que a guerra causou em sua vida.

Na época do Conflito, a UNICEF havia pedido as crianças Iugoslavas que escreviam diários durante a guerra que mostrassem seus trabalhos. Através da escola, o diário de Zlata foi selecionado e publicado em julho de 1993.

O horror do conflito é mostrado pelas palavras de uma criança. Sempre sincera e ao contrario do que muitos pensam, nada inocente.

“Estou tentando me concentrar nos deveres (um livro para ler), mas simplesmente não consigo. Alguma coisa está acontecendo na cidade. Ouvem-se tiros nas colinas. [...] Sente-se que alguma coisa vai acontecer, já está acontecendo, uma terrível desgraça.”, escreve Zlata.
Capa da versão em português de "O Diário de Zlata"


Serviço:
O diário de Zlata – A vida de uma menina na guerra. Companhia das letras, 1994.



FONTE DAS IMAGENS:
http://www.sebodomessias.com.br


A Guerra retratada

A guerra da Bósnia foi cenário de grande violência, e teve uma grande repercussão histórica e social devido aos casos se genocídio e massacre sofridos pelo povo bósnio. O cinema, em algumas de suas produções mostrou relatos e retratos deste momento da historia mundial, recentemente a atriz Angelina Jolie foi fortemente criticado pelo público sérvio, pois segundo eles o filme mostra somente um lado da moeda, o qual os sérvios são os vilões da guerra.

Por outro lado o filme levou alguns pontos pela critica especializada, elogiando acima de tudo a estreia da atriz como diretora.

O filme conta com um elenco de atores bósnios e croatas, o que já traz certa identificação e facilita a relação com a veracidade da historia. A diretora realmente só deixa a desejar em sua argumentação, quando só se tem um dos lados da guerra, também deixa a desejar na forma com que o filme vai se tornando melodramático conforme o decorrer da narrativa, que começa com cenas fortes de guerra e termina focado no casal que protagoniza o filme.

Há também alguns outros filmes que narram os fatos da guerra que se estendeu entre 1992 e 1995, Terra de Ninguém, 2001 de Danis Tanovic, que conta a historia de dois soldados de lados opostos, um sérvio e outro bósnio que conviveram presos em uma trincheira e Savior – A última Guerra, 1998 de Peter Antonijevic, primeiro filme americano rodado na Bósnia, neste filme um soldado que após perder sua família e cometer um crime foge para Iugoslávia e luta ao lado dos sérvios.

Serviço:

Poster original "In the land of Blood and Honey 2012"

Titulo Original: In the Land of Blood and Honey, 2012 (Na Terra do Sangue e Mel)
127 min – Drama, Guerra
Direção: Angelina Jolie
Roteiro: Angelina Jolie
Elenco: Zana Marjanovic (Ajla), Goran Kostić (Danijel)

Poster original de "No Man's Land"

Titulo Original: No Man's Land, 2001 (Na Terra de Ninguém)
98 min – Drama, Guerra
Direção: Danis Tanovic
Roteiro: Danis Tanovic
Elenco: Branko Djuric (Ciki), Rene Bitorajac (Nino), Filip Sovagovic (Cera), Georges Siatidis (Marchand)

Poster original de "Savior"

Título Original: Savior, 1998 (Savior – A última Guerra)
104 min  -  DramaGuerra
Direção: Peter Antonijevic
Roteiro: Robert Orr (II)
Elenco: Catlin Foster (Christian), Dennis Quaid (Joshua Rose / Guy), Dusan Perkovic (Uncle Ratko ), Irfan Mensur (Drill Sergeant)





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